Cientistas
apresentaram nesta quarta-feira, 30, o "retrato falado" do planeta mais
parecido com a Terra já identificado fora do sistema solar. Chamado
Kepler-78b, ele é apenas 20% maior e tem uma composição muito parecida
com a terrestre, feita de ferro e rocha.
"É
o mais próximo que já chegamos de um gêmeo da Terra. Só falta ser
habitável", disse o astrônomo Jorge Melendez, do Instituto de Astronomia
(IAG) da Universidade de São Paulo, que também trabalha com a busca por
planetas extrassolares.
Apesar
de ser rochoso, o Kepler-78b está a apenas 1,5 milhão de quilômetros de
sua estrela-mãe - cem vezes mais próximo do que a Terra está do Sol -, o
que faz com que sua superfície seja extremamente quente, podendo chegar
a "infernais" 2,8 mil °C.
"A
possibilidade de vida é zero", decreta Adriana Válio, presidente da
Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e professora do Centro de Radio
Astronomia e Astrofísica Mackenzie.
Para
ser um verdadeiro "gêmeo" da Terra, além de ser pequeno e rochoso, o
planeta teria de estar na chamada "zona habitável" - ou seja, a uma
distância da estrela que permitisse haver água líquida em sua
superfície; uma condição básica para o desenvolvimento da vida como a
conhecemos.
A
proximidade do Kepler-78b com sua estrela é tão grande que o planeta
completa uma volta em torno dela a cada 8,5 horas, comparado aos 365
dias do período orbital da Terra em torno do Sol.
Descrição
Localizado
a 664 anos-luz da Terra, na direção da constelação de Cygnus, o novo
planeta, como indica seu nome, foi detectado com base em observações do
telescópio espacial Kepler, da Nasa.
Sua
descoberta foi confirmada em agosto, em um estudo publicado na revista
The Astrophysical Journal, em que seu tamanho era estimado em 1,16 vezes
o raio da Terra (apenas 16% maior). Faltava, porém, calcular sua massa e
densidade, para confirmar se era mesmo feito de rocha - algo que só era
possível com novas observações em terra, utilizando espectrógrafos
super sofisticados.
Foi,
então, o que fizeram dois outros grupos de pesquisa, cujos resultados
foram publicados ontem pela revista Nature. Eles trabalharam
independentemente, usando equipamentos diferentes, no Havaí e nas Ilhas
Canárias, mas chegaram às mesmas conclusões. Além de calcular a massa,
eles revisaram a medida de tamanho do Kepler-78b, que aumentou para 1,17
a 1,2 vezes o raio da Terra.
Outros
exoplanetas pequenos, alguns até menores do que a Terra, já foram
detectados com a ajuda do Kepler, mas suas massas não são conhecidas
(apenas seus raios), o que impede os cientistas de determinar densidades
e composição.
"É provável que eles também sejam rochosos, mas não podemos estar 100% certos até medirmos a massa", diz Melendez.
O
desafio tecnológico de fazer essas medições para planetas muito
pequenos ainda é grande. Detectar e caracterizar um planeta do tamanho
da Terra, à distância que ele está do Sol, por exemplo, seria quase que
impossível com a tecnologias disponíveis.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por: Maria Karina
Fonte:Noticia em Foco
eu que não vou pra lá
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